Sírius, 1993

Sírius
Alê Abreu, 1993, 35mm, 13'










Sinopse
Um menino de rua perambula pelas ruas da cidade na noite de Natal.

Seus sonhos em choque com a dura realidade.


Em 1994, Sírius foi o vencedor do Festival Internacional de Cine para Niños e Jóvenes, do Uruguay, eleito melhor filme pelo júri infantil, formado por crianças de diversas nacionalidades. Circulou pelos principais festivais de cinema do Brasil e participou do primeiro AnimaMundi.


Equipe

 
 Direção
Alê Abreu


 Música
Raul Duchen
Emanuel Nery


Direção Musical
Ricardo Ivanov


Fotografia
Priscila Prade


Intervalação
Daniel Pudles


 Montagem
Daniel Medina


agradecimentos especiais:
Marcus Duchen
Faoza Monteiro





Prêmios


Festival Imagemmágica93
melhor direção de arte
Jornada de Cinema da Bahia94
melhor filme de animação
Festival Int. de Cine para Niños e Jóvenes do Uruguay
prêmio do júri oficial
prêmio do júri de niños
prêmio BICE/Unicef


Crítica


por  Christian Petermann
 
O ilustrador e diretor de animações Alê Abreu está construindo uma sólida carreira desde o início da década de 1990, de quando data o curta Sírius, que já denota tanto o fascínio do realizador pelo firmamento quanto sua sincera dedicação ao espectador mirim. O curta foi desenvolvido com técnicas tradicionais e apresenta, para a época, um ótimo acabamento técnico. O realizador mesclou diferentes tipos de traço, em especial nas passagens oníricas, e até inseriu uma montagem de fotografias que ressalta a crítica social sugerida pela história.
Sírius tem como protagonista um menino de rua que se sente muito só em uma noite fria e que, depois de adentrar uma igreja, adormece ao relento. No sonho, ele é embalado por uma angelical figura feminina. Ao despertar, a fantasia talvez não tenha se dissipado por completo e ele, sozinho com seus amigos imaginários, olha para uma grande estrela (a Sírius do título), uma luz intensa que o aquece e protege. É possível fazer uma leitura mais pessimista desse desenlace. Mas com uma bonita trilha sonora de Raul Duchen, é uma delicada parábola do abandono de menores de idade, uma obra de força poética insuspeita.
Já o ponto alto dessa linha de trabalho de Alê é o longa Garoto Cósmico, de longe um dos melhores desenhos animados brasileiros já realizados. Vencedor de uma menção honrosa no VII Grande Prêmio Vivo do Cinema
Brasileiro, promovido pela Academia Brasileira de Cinema em 2009, o desenho seduz todas as gerações com uma história simples, que explora a liberdade de ação e o uso da imaginação como forma de enfrentar imposições antiquadas de educação e ação social.